Num dias desses, eu estava numa “pelada” organizada, juiz e tudo, jogo difícil, quando um “jogador” adversário fez um pênalti escandaloso e desnecessário. Logo em seguida me veio a pergunta: por que alguém faria uma merda daquelas? (aproveito aqui a expressão “merda”, a que mais cabe para aquela conduta do jogador adversário, valendo-me, também, da chamada “licença poética”, inaugurada noutro sentido por nosso presidente Lula da Silva).
Enfim, porque aquele cara fez aquela merda para o time dele?
A resposta veio de imediato. É porque ele esperava que o juiz não marcasse o pênalti. Apostava em que o descumprimento da regra do jogo não acarretasse qualquer consequência.
Passa na cabeça de um jogador o raciocínio de que um pênalti besta e flagrante pode não ser marcado, que ele terá uma vantagem, então.
E o pior é que na maioria dos casos o pênalti não será marcado mesmo!
As estatísticas futebolísticas revelam que nos jogos oficiais a maior parte dos pênaltis não é marcada. Imaginem nas peladas...
Não convém, aqui, discorrermos sobre as possíveis razões para a não marcação. Estamos com uma constatação estatística que repercute, por óbvio, na conduta dos jogadores.
Mas o que isso tem com o descumprimento de normas jurídicas?
É que, como no jogo de futebol, as normas de direito são postas para que o “jogo vá bem”, para que ganhe o melhor.
No caso, as normas jurídicas são para que a congregação, o ajuntamento de pessoas em sociedade, atinja os fins desejados pela associação: o bem-comum na forma de paz e prosperidade em igualdade para todas as pessoas.
Mas, se o descumprimento de uma regra parecer vantajoso, haverá um imbecil que teimará em descumpri-la sem se preocupar com a ofensa causada por sua conduta.
Para o futebol, as pessoas de bem desejam que nos jogos de copa do mundo e eliminatórias, pelo menos, haja a possibilidade da utilização dos recursos eletrônicos, algo como o que acontece nas grandes competições de tênis, quando o jogador pode pedir para ver o replay da jogada a fim de se certificar do destino da bola.
Na vida, as pessoas de bem esperam que a educação em todos os níveis promova a cultura da observação das regras e que, na hipótese de seu descumprimento, o que é inevitável, os poderes constituídos atuem de modo a afirmá-la. A atuação do poder, na forma da lei, para a prevalência das normas que estabelecemos pensando no bem-estar social proporciona educação para todas as pessoas e, principalmente, que alcancemos os objetivos desejados.
Na pelada retratada acima, o juiz marcou o pênalti e ganhamos o jogo de 1X0. Eu bati o pênalti e espero que tenha ficado a lição para o meu adversário.
Legal prof. Parabéns pelo blog!!!
ResponderExcluirSeguidora a partir de hoje!
ResponderExcluirGosto dos entrelaces, dos enredos que por ora se intercalam, se misturam e fazem com que os leitores relacione as inferências e as tragam pra sua vida.
Muito bom o post.
Parabéns.
Natali Mota
Valeu Nata,
ResponderExcluirVamos utilizar a técnica sempre que possível.
Abraço,
Obrigado Magda,
ResponderExcluirVamos caminhar.
Um abraço,
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Você, como sempre, inteligente e bem humorado.
ResponderExcluirUm abraço, Josy.